sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A vida


Trabalhar de graça enfrentando um trem me faz voltar e observar as pessoas. Como sentir a época que andava pela rua vendendo anúncios, sol quente, ardente, exalava pensamentos, chances e sonhos em começar a valorizar o que realmente gostaria de fazer. O tempo passa e o agora é a risca do texto, mais um dia fico sem comer, sem dinheiro para almoçar, andando com a cabeça cheia pelo centro, vejo que não tem saída, apenas voltar e fazer, trabalhar, pois existem contas, rotinas, um futuro melhor, dar opções para minha filha, minha vida.
Em meio a esse turbilhão sem ordem penso nas convergências em uma rede social, o poder de abalar toda uma vivência, história. Cansado disso, tentando sair dessa web, as coisas parecem melhorar, consigo contar as tragédias e romances do cotidiano, um conto real para pessoas que sentem o peso da cidade e suas formas.
Cansado me vejo sem paciência para chegar e abolir os maus costumes, tratar alguém sem atenção necessária, somos programados para isso, cultura do individualismo que segue de mãos dadas com a tecnologia e consumismo. Tudo vende, menos o coração.Essa porra é um jogo, aonde quem ganha é sempre o mesmo, mesmo lúdico, mesmo bobo, mesmo rei, mesmo ganancioso. A história da vida ideal não é simples e muito menos necessita de dinheiro, este que suga a alma das pessoas, sem crédito para comer, sem crédito para se sentir mais bonita fazendo a unha, sem crédito para se expressar.
Mundo aonde você vive para o outro, sempre pensando na crítica alheia, interesse por tudo e todos, espionagem cerebral, vizinha que escuta e fala mal, câmeras nas ruas, paradigma contínuo. Encerro falando baixo que todas as pessoas precisam ser mais elas, mudar para o bem, como um sentimento de criança, bom, foda-se para o negativo.

Um comentário:

  1. É Jack Chan.. confesso que divido o mesmo sentimento! Ótimo apontamento!
    E precisamos marcar aquela breja em!

    diapromissor.blogspot.com

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